A marcação a mercado determina o preço de títulos de renda fixa e cotas de certos fundos de investimento no mercado atual.
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Recentemente muita gente se surpreendeu ao ver seu extrato do Tesouro Selic com rentabilidade negativa.
Como é possível perder dinheiro na renda fixa?
O “fenômeno” responsável por minguar esses investimentos é a marcação a mercado.
Esse mecanismo de precificação pode fazer com que suas aplicações não tenham lucros tão positivos como esperava ou até melhores que poderia imaginar.
Tudo depende do cenário econômico e do ânimo dos investidores.
O resultado negativo do Tesouro Selic em setembro, apesar de indesejável, não é tão surpreendente. No entanto, milhares de investidores ainda não sabiam que isso poderia acontecer na renda fixa.
Se você já investe em fundos e no tesouro direto, talvez já tenha percebido essa variação diária nos preços.
Experimente entrar no site oficial do Tesouro Direto em dias distintos e verá que as taxa de remuneração (“Rentabilidade anual”) de um título oscilam diariamente.
Consequentemente, o preço de aquisição deste título (“Preço Unitário”) também.
Isso acontece por causa da reavaliação dos ativos pela marcação a mercado.
Entenda um dos principais conceitos do universo dos títulos e fundos de renda fixa, como isso afeta seus investimentos e se você deve se preocupar ou não.
O que é marcação a mercado?
A marcação a mercado (mark to market ou MTM) é um método de precificação que atualiza, diariamente, os preços de cotas de fundos de investimentos e títulos de renda fixa.
Graças a ela, é possível saber quanto obteria se o vendesse ou o resgatasse determinado ativo hoje.
Embora seja comum a todos os títulos e fundos, fica mais evidente nos títulos públicos prefixados e atrelados à inflação, bem como nos fundos de investimento que aplicam nesses ativos.
Como funciona a marcação a mercado?
Quem compra um título de renda fixa, seja ele público ou privado, receberá uma rentabilidade já definida no ato do investimento.
No caso dos pós-fixados, será a variação de uma taxa de juros (Selic ou CDI).
Nos prefixados, um percentual determinado e nos títulos atrelados à inflação, uma taxa prefixada mais o IPCA.
Note que em todos os títulos de renda fixa há uma data de vencimento, mesmo naqueles que garantem liquidez diária, como é o caso do Tesouro Selic, por exemplo.
Nessa data, o acordo será encerrado e seu dinheiro devolvido conforme o rendimento combinado.
Caso você queira sacar seu dinheiro antes, estará sujeito à chamada marcação a mercado.
Como todo dia há negociações de compra e venda de títulos de renda fixa, o preço desses ativos é atualizado conforme a lei da oferta e demanda, podendo subir ou cair.
Assim, o preço de mercado de cada título varia diariamente. Consequentemente, o valor que você investiu em cada título também é atualizado.
É por isso que se consultar o extrato do seu investimento poderá perceber uma mudança nos valores.
Seja ela uma diminuição do valor do seu investimento ou uma valorização acima da esperada para o período.
Ou seja, nem sempre as variações são condizentes com a rentabilidade contratada.
Dependendo de como o mercado se comporta, os investimentos podem ser mais ou menos rentáveis.
Isso significa que, naquele dia, as pessoas estão dispostas a pagar um valor menor ou maior por aquele título.
Essas mudanças nos preços de mercado só vão afetar o investidor que decidir vender ou resgatar seu título antes do vencimento.
Nesse caso, ele estará exposto ao preço de mercado, o que pode acarretar uma rentabilidade diferente da firmada no ato da compra.
Caso leve o título até o vencimento, o investidor receberá exatamente a remuneração contratada.
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Variação de preço na Renda Fixa e Renda Variável
O apetite de compradores e vendedores estipula os valores dos ativos tanto na renda fixa como na renda variável.
Se há mais investidores querendo comprar por determinado ativo, seu preço sobe.
Por outro lado, se a demanda é baixa e há mais pessoas vendendo do que comprando, o preço desse mesmo ativo cai.
É a lei da oferta e demanda.
Essa explicação é comum de se ouvir para justificar as diferenças de preços que acontecem no mercado acionário.
Porém, acontece o mesmo com os títulos de renda fixa, como tesouro direto, debêntures, entre outros.
A diferença é que no título de renda fixa a rentabilidade final é conhecida no momento da compra.
Completamente diferente do mercado de ações, em que não é possível afirmar qual o valor que receberá.
Ou seja, na renda fixa você sabe quais são as regras de remuneração e o prazo (data de vencimento) para receber os recursos corrigidos por essa regra.
Porém, até a data estipulada o valor flutua através da marcação a mercado, acima ou abaixo, conforme o gráfico a seguir:
Já na renda variável não há uma regra pré-definida de remuneração nem um prazo para receber seus recursos novamente.
No caso de não haver lucros, você inclusive pode não receber nada.
Marcação a mercado nos fundos de investimento
Assim como os títulos de renda fixa, as cotas dos fundos de investimento também sofrem marcação a mercado, atualizando o valor diário dos ativos que compõem a carteira de cada fundo.
O uso desse mecanismo garante que as cotas dos fundos sejam sempre negociadas pelo seu valor de mercado.
Para isso, somam-se os preços de mercado de cada ativo que compõe a carteira dividindo pelo número de cotas.
Dessa forma, possibilita que os cotistas sempre recebam a remuneração correta no resgate.
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Marcação a mercado no Tesouro Selic
É comum que os títulos prefixados e os atrelados à inflação sofram marcação a mercado, tendo seu preço variando bastante no resgate antecipado.
Mas poucos sabiam da possível marcação a mercado dos pós-fixados.
Em geral, os títulos pós-fixados atrelados às taxas básicas de juros, como o Tesouro Selic, não geram sobressaltos.
A tendência é que os preços e o saldo investido cresçam diariamente. Porém, não é o que vem ocorrendo.
Após 18 anos, o Tesouro Selic voltou a apresentar rentabilidade negativa e assustou muita gente.
Também pudera, o investimento tido como o mais seguro e o melhor para a reserva de emergência, justamente por sua liquidez diária quase que sem perdas, perdeu.
Para entender seu retorno negativo, primeiro é preciso saber que sua marcação a mercado não vem por conta de variações na taxa Selic, mas por uma pequena taxa adicional.
Ela funciona como um pedaço prefixado do rendimento no seu título pós-fixado, gerando um ágio ou deságio que, de fato, pode provocar variações no preço.
Normalmente, essa pequena taxa adicional oscila em torno do zero e por isso é deixada de lado.
Porém, se olharmos seu comportamento nos últimos meses vemos que ela vem crescendo paulatinamente até que, recentemente, teve uma alta rápida e maior.
Passou de 0,035% para 0,075% em apenas uma semana e continuou crescendo até os atuais 0,09%.
Quando o Tesouro Selic pagava 14% ao ano, por exemplo, essa taxa produzia um impacto muito pequeno, quase imperceptível.
Já com a Selic em 2% ao ano ela produz efeitos mais relevantes.
Esse aumento da taxa adicional representa um desconto no preço do ativo visando torná-lo mais atrativo para novos investidores que pretendem segurá-lo até o vencimento.
Por outro lado, acaba penalizando quem pensa em investir no Tesouro Selic para saques antecipados.
Conclusão
Dependendo de como o mercado se comporta, os investimentos podem ser mais ou menos rentáveis.
A lei da oferta e demanda é bastante disseminada na renda variável, mas na renda fixa ela também ocorre, sofrendo a chamada marcação de mercado.
Agora que você entendeu esse conceito e o quanto ele é importante para decidir seus investimentos, aprenda a diversificar mais sua carteira para reduzir seus riscos e aumentar a rentabilidade.
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