As finanças descentralizadas (Defi) prometem revolucionar o mercado financeiro como conhecemos hoje. Essa nova maneira de executar transações financeiras exclui instituições e intermediários tradicionais. 

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No DeFi, tudo é conduzido de forma descentralizada através do blockchain. São os usuários que coordenam atividades financeiras ponto a ponto em escala global.

Os defensores afirmam que o DeFi pode fazer tudo que um banco pode fazer, só que de forma mais rápida, transparente e com menos custos.  

O bitcoin apenas começou a revolução da descentralização ao fornecer às pessoas uma reserva de valor digital. 

Hoje o sistema financeiro DeFi acontece por meio de contratos inteligentes digitais em blocos públicos como o Ethereum.  

De acordo com o Coingecko, o mercado de DeFi está avaliado em cerca de US$ 85 bilhões e representa uma fatia de 5,3% do segmento como um todo. 

Veja tudo o que você precisa saber sobre finanças descentralizadas, como funciona e as vantagens e desvantagens dessa tecnologia.  

O que é DeFi?

DeFi é uma sigla para Decentralized Finance ou Finanças Descentralizadas em português, um ecossistema de serviços financeiros de código aberto, a partir de uma blockchain. 

Basicamente, esse novo sistema financeiro é constituído de produtos e serviços descentralizados, ou seja, sem a interferência de nenhuma autoridade central, tais como instituições financeiras, bancos e até mesmo governos.

São os usuários que mantêm controle total sobre seus ativos e interagem com esse ecossistema por meio de aplicações descentralizadas (dApps) peer-to-peer (P2P).

As DeFi estão intrinsecamente relacionadas aos contratos inteligentes, ou smart contracts da rede Ethereum.

Estes contratos são como protocolos pré-programados nas blockchains, nos quais são inseridas as condições das partes envolvidas. 

Uma vez em que se atinge tais condições do contrato, ele se auto executa, sem necessidade de nenhum órgão intermediando ou regulando. 

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Como funcionam as finanças descentralizadas 

O DeFi funciona a partir de uma rede blockchain descentralizada, de código aberto, sem intermediários, utilizando os chamados contratos inteligentes. 

Diferente do sistema financeiro tradicional, que é centralizado, repleto de intermediários, altas taxas e obstáculos, nas finanças descentralizadas os contratos são eletrônicos e auto executáveis. 

Tudo fica registrado em um blockchain público. Com isso, as transações ficam mais rápidas, transparentes e baratas. 

Na prática, os contratos inteligentes (smart contract) podem reproduzir diversos serviços do mercado financeiro como empréstimos, seguros e até bolsas de valores, tudo sem a interferência de terceiros.

Seu uso mais comum envolve empréstimos utilizando criptoativos como garantia.

Um exemplo é a stablecoin, ou moeda pareada em dólar. Ao invés de manter valores em banco ou investimentos tradicionais, sua reserva é feita em criptomoedas. 

Para estabilizar essa cotação próximo existem contratos programados que fazem automaticamente o rebalanceamento da carteira.

Outro exemplo de defi são as exchanges descentralizadas (DEX), onde usuários efetuam trocas de criptoativos sem a necessidade de um agente centralizador. 

Atualmente, a rede Ethereum processa bilhões de transações por dia sem precisar de uma instituição central que certifique que a transação foi completada.

Para ser considerado um ativo financeiros descentralizado ele deve atender aos seguintes requisitos:

  • Uso financeiro: o protocolo deve ser exclusivamente voltado para aplicações financeiras, como empréstimos, corretagem, emissão ou câmbio de derivativos/ativos sintéticos, gestão de ativos ou mercados de previsão;
  • Código aberto: permite que qualquer um possa usar ou desenvolver sem pedir a permissão de um terceiro;
  • Anônimo: pessoas não precisam revelar suas identidades;
  • Não custodial: ativos não são custodiados por um único terceiro;
  • Governança descentralizada: decisões de atualização e privilégios administrativos não são realizados por uma entidade, a menos que exista um cronograma para removê-la.

DeFi, Ethereum e Bitcoin

As finanças descentralizadas estão intimamente relacionadas ao Ethereum, uma vez que grande parte do que é conhecido como DeFi hoje em dia vive no blockchains da rede. 

A Ethereum foi a grande pioneira do uso dessa tecnologia. 

Seu criador, Vitalik Buterin, projetou o ecossistema para permitir que os usuários construam aplicativos descentralizados, ou dApps, em cima dela. 

A ideia foi trazer cada vez mais o controle do dinheiro para nós mesmos.

Depois da Ethereum, vários projetos foram sendo desenvolvidos com a mesma proposta, por exemplo a Cardano (ADA), Chainlink (LINK) e Stellar (XLM).‍

A rede Bitcoin foi a primeira blockchain que surgiu, porém, não foi construída para facilitar os contratos inteligentes.

Isso fez com que a maior criptomoeda ficasse bem atrás do Ethereum em questão de produtos financeiros. 

A nova atualização do Bitcon, promete, entre outras coisas, a possibilidade da criação de contratos inteligentes em sua rede. 

Vantagens das finanças descentralizadas

Existem algumas vantagens importantes do DeFi, incluindo custo, velocidade, acessibilidade e segurança.  

As finanças descentralizadas permitem que os usuários façam negócios e movimentem seus ativos sempre que quiserem, sem ter que esperar por transferências bancárias ou pagar taxas bancárias.  

Sem intermediários 

As transações DeFi não precisam de intermediários ou mediadores.

Com isso, coloca nas mãos do usuário o controle total sobre seus fundos o tempo todo.

Isso não só reduz os custos como aumenta a velocidade e permite um sistema financeiro com menos atritos.

Segurança 

O Defi funciona na blockchain, onde os dados ficam registrados e são confirmados por uma rede universal de computadores.  

Isso torna o sistema muito difícil de se corromper, trazendo muito mais segurança aos processos. 

Facilidade de acesso 

Outra vantagem de um ecossistema aberto é a facilidade de acesso para qualquer indivíduo, até mesmo para aqueles que não teriam acesso a nenhum serviço financeiro tradicional. 

O DeFi é aberto para todos, não exige documento e não se preocupa se você é investidor qualificado ou não. 

Baixo custo

Quando o intermediário sai do processo, geralmente os custos ficam mais baixos, uma vez que não há a obrigatoriedade de lucros pela instituição. 

Proteção contra a manipulação do mercado 

Os bancos centrais estão constantemente alterando as taxas de juros.  

Porém, em um regime DeFi, não é possível para uma instituição central manipular o valor de sua moeda. 

Dessa forma, o DeFi permite que os usuários protejam o valor de seus ativos. 

Desvantagens do DeFi

Como o DeFi é uma tecnologia relativamente nova, existem ainda pontos fracos e demais desvantagens que ainda podem surgir conforme seu uso se torna mais popular. 

Risco de erro de usuários

No DeFi a responsabilidade dos intermediários é transferida para o usuário. 

Atualmente, o uso dessas aplicações requer um esforço adicional, principalmente para aqueles que não estão familiarizados com essa tecnologia. 

Ecossistema novo

Como esse é um sistema ainda novo, faltam produtos,otimizações e a prova do tempo. 

Falta de regulamentação 

As finanças descentralizadas ainda não são reguladas, então podem existir uma série de implicações fiscais potenciais que vêm com a compra, negociação e investimento via defi.

Não há para quem recorer

Outro ponto negativo é que não há para quem recorrer caso aconteça algum problema, ou seja, não há um suporte, SAC 24 horas por dia ou  atendentes. 

Potenciais usos do DeFi

As finanças descentralizadas podem ser usadas em praticamente todos os serviços financeiros. Entre eles destacam-se:

Empréstimos

Os empréstimos abertos e descentralizados apresentam muitas vantagens sobre o sistema tradicional, tais como liquidação instantânea de transações, garantia de ativos digitais, isenção da verificação de crédito e possibilidade de padronização. 

Como os serviços são construídos em blockchains públicas, eles reduzem o risco de contraparte, tornando os empréstimos mais baratos, mais rápidos e disponíveis para mais pessoas.

Serviços monetários

Dentre os serviços bancários monetários os quais os DeFis podem ser aplicados estão a emissão de stablecoins, hipotecas e seguros.

Stablecoins são criptoativos vinculados a um ativo do mundo real e, por isso, são mais estáveis e podem ser adotadas para uso diário como um dinheiro digital, mas que não é emitido nem monitorado por uma autoridade central. 

O uso de contratos inteligentes para obtenção de uma hipoteca, por exemplo, pode reduzir significativamente as taxas legais. 

Já os seguros na blockchain poderiam eliminar a necessidade de intermediários e permitir a distribuição dos riscos entre muitos participantes, resultando em prêmios menores. 

Mercados descentralizados

Embora esse segmento de DeFi ofereça grande espaço para inovação financeira, algumas das aplicações mais populares são as exchanges descentralizadas (DEX). 

Essas plataformas permitem aos usuários negociarem ativos digitais sem a necessidade de um intermediário (exchange). 

As trades são feitas diretamente entre as carteiras de usuários com a ajuda de contratos inteligentes. 

Como exigem muito menos trabalho de manutenção, as exchange descentralizadas geralmente têm taxas de trading mais baixas do que as exchanges centralizadas. 

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DeFi vale a pena?

O objetivo por trás das Finanças Descentralizadas é a criação de serviços financeiros que não dependem do sistema financeiro tradicional. 

Tem tese, isso possibilitaria um sistema mais aberto, acessível e seguro, colocando a responsabilidade e controle total do dinheiro nas mãos dos usuários. 

Embora seja uma ideia tentadora, se o DeFi vai ou não criar um sistema financeiro mais eficiente, só saberemos quando ele for adotado globalmente.

Porém, nem tudo se beneficia da descentralização.

Novas tecnologias, produtos e serviços são essenciais para a evolução de todo sistema financeiro. 

Cabe a nós encontrarmos o uso mais adequado para as características das blockchains. 

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