A desigualdade no Brasil aumentou durante a pandemia, de acordo com o estudo "Mapa da Riqueza no Brasil", realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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A pesquisa, coordenada por Marcelo Neri, calculou o índice de Gini do país e chegou a um resultado maior do que o da Pesquisas por Amostra de Domicílio (Pnad), estudo conduzido pelo IBGE.

O coeficiente no país aferido pelo estudo chega a 0,7068 em 2020, acima dos 0,6013 da PNAD Contínua. 

O indicador varia de 0 a 1 e quanto maior o número, maior é a desigualdade de distribuição de renda.

Esse resultado ocorreu porque a classe média brasileira perdeu mais renda, aponta o estudo.

A classe média foi a grande perdedora da pandemia, com perdas de 4,2%.

Enquanto isso, o 1% mais rico da população brasileira em 2020 perdeu 1,5%, de acordo com o levantamento.

"A desigualdade de renda no Brasil é ainda maior do que o imaginado quando incorporamos o topo da distribuição usando dados do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), indo para a ponta do ranking mundial. Se a fotografia da distribuição de renda é péssima, o filme da pandemia também é. (...) Mesmo com o Auxílio Emergencial que preservou a renda dos mais pobres, a desigualdade não caiu em 2020, como se acreditava", diz o sumário executivo da pesquisa.

Mais ricos e mais pobres

O Mapa da Riqueza mostra, ainda, que o Distrito Federal continua sendo a unidade da federação com maior renda per capita do país, com média de R$ 3.148.

Seguido por São Paulo, com R$ 2.063, e Rio de Janeiro, com R$ 1.754. 

Na outra ponta, aparecem Maranhão, com renda mensal média de R$ 409 por habitante, seguido por Pará, com R$ 507, e Alagoas, com R$ 552. 

A renda média no país foi de R$ 1.310. Todos os dados são de 2020.

Os dados do estudo mostram que uma grande parte da população não chega nem mesmo a alcançar renda suficiente para declarar o imposto de renda. 

Em 24 das 27 unidades da federação e 16 das capitais brasileiras, 80% ou mais da população não fez a declaração. Subentende-se que estão na faixa isenta, com renda menor do que R$ 2 mil.

Ao mesmo tempo, o estudo mostra bolsões de riqueza pelo país. 

No Distrito Federal, os moradores do bairro Lago Sul têm renda média próxima dos 40 mil reais, e o patrimônio em torno de 1,4 milhão de reais - maior do que a renda de qualquer município brasileiro. 

Entre os 20 municípios mais ricos do país com população acima de 50 mil habitantes, todos estão nas regiões Sul e Sudeste.

Em primeiro lugar está Nova Lima (MG),  localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, com renda média de R$ 8.897.

Em seguida, aparecem as cidades de Aporé (GO), com R$ 8.109; Nova Alvorada (RS), com R$ 6.150; Santana de Parnaíba (SP), com R$ 5.791, e São Caetano do Sul, R$ 4.698.

Já os 10 municípios mais pobres, também com população acima de 50 mil pessoas, ficam nas regiões Norte e Nordeste. Brejo da Madre de Deus (PE) tem a menor renda per capita, R$ 659.

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