John J. Ray III é frequentemente referido como o 'titã da reviravolta' por ter resolvido com sucesso alguns dos maiores colapsos corporativos da história dos Estados Unidos.

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Como diretor de reestruturação e administrador de planos, ele esteve envolvido em vários casos de falência de alto nível envolvendo empresas proeminentes como Overseas Shipholding Group e Nortel Networks.

Mas o mais famoso, foi o colapso da Enron, uma empresa de comércio de energia, após um escândalo contábil em 2001.

O trabalho de Ray é investigar os detalhes confusos e desvendar o labirinto de entidades corporativas para localizar ativos, incluindo fundos perdidos ou roubados. 

Sua meta é maximizar o valor para as partes interessadas, reorganizando ou vendendo negócios.

Recentemente, o advogado de 63 anos, assumiu a falida bolsa de criptomoedas FTX depois que seu ex-presidente-executivo, Sam Bankman-Fried, renunciou.

“Ray é um dos melhores do ramo”, diz Jared Elias, professor da Harvard Law School especializado em falências. 

“Tem um histórico de cair de paraquedas em algumas das piores situações e obter os melhores resultados possíveis para os credores.”

Conheça a trajetória de John Ray III, o advogado especializado em reestruturar empresas com problemas.

Quem é John J. Ray III

John J. Ray III é um advogado americano especialista em reestruturação corporativa.

Com 40 anos de experiência na área, Ray esteve envolvido em algumas das maiores e mais complicadas falências em esforços de recuperar os fundos das empresas.

Atualmente, ele é o CEO da falida exchange de criptomoedas FTX.

Anteriormente, atuou como presidente da Enron Creditors Recovery Corp., empresa encarregada de recuperar fundos de credores da Enron após o escândalo contábil e subsequente colapso.

Ele também trabalhou nas falências da companhia de telecomunicações canadense Nortel Networks, do credor hipotecário Residential Capital e do fabricante de roupas íntimas Fruit of the Loom, além de muitas outras.

Vida e carreira 

John J. Ray III, nasceu em janeiro de 1959. Filho de um encanador industrial e uma dona de casa, cresceu no oeste de Massachusetts, Estados Unidos.

Graduou-se em direito pela Drake University em Des Moines, Iowa, em 1982, e passou o início de sua carreira em Chicago, no escritório de advocacia Mayer Brown, trabalhando em fusões e aquisições e mercado de capitais.

Depois, atuou como conselheiro geral da Waste Management e suas afiliadas, onde lidou com projetos de remediação ambiental, incluindo sites do Superfund, e administrou litígios e investigações civis e criminais complexas.

Seu primeiro contato com falências ocorreu na Fruit of the Loom, uma importante empresa americana que fabrica roupas, roupas casuais e roupas íntimas. 

Ray foi o diretor administrativo e conselheiro geral da empresa, mas, em menos de dois anos depois de ter sido contratado, a fabricante de roupas íntimas pediu concordata no âmbito do Capítulo 11, em 1999.

Como diretor, Ray gerenciou “todos os aspectos” do processo de administração e venda dos ativos da Fruit of the Loom.

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John Ray parece ter gostado do papel e fundou a Avidity Partners, uma empresa especializada em falências de gigantes.

Depois da falência espetacular da Enron, em 2001, que mandou seu CEO para a prisão por 12 anos, Ray foi nomeado presidente da empresa reorganizada que recuperou dinheiro para os credores. 

A Enron foi uma das maiores empresas dos Estados Unidos, no entanto, a liderança da empresa usou participações falsas e práticas contábeis não oficiais para enganar os reguladores, levando à sua queda. 

A empresa se desintegrou quase da noite para o dia, enviando ondas de choque por toda a indústria. 

Em dezembro de 2001, a empresa tornou-se Enron Credores Recovery Corp. após iniciar o processo de insolvência. 

Ray atuou na função de 2004 a 2009.  Sob sua liderança, a empresa devolveu US$ 828,9 milhões a seus credores, o que Ray disse ser quase 52 centavos por dólar, muito acima do que se esperava na época.

A Eron foi o maior caso da carreira de Ray, que continua lembrado por sua excelente atuação.

Além da Fruit e da Enron, Ray também atuou como principal executivo da extinta empresa canadense de telecomunicações Nortel e suas afiliadas nos EUA, a partir de 2010.

A Nortel valia US$ 250 bilhões no auge da bolha tecnológica dos anos 1990, mas entrou em colapso após um escândalo contábil e erros administrativos. 

Após anos de litígios e vendas de ativos, a empresa distribuiu mais de US$ 7 bilhões aos credores.

Em 2014, ele se tornou membro independente do conselho da GT Advanced Technologies, que entrou com pedido de concordata no Capítulo 11 após perder um contrato de fornecedor com a Apple. 

Em 2016 ele foi nomeado para administrar um fundo liquidando os ativos da Residential Capital, que já foi uma das maiores empresas de hipotecas subprime dos EUA. 

Ele também trabalhou com a Overseas Ship Management, Ditech Mortgage e Burlington Industries em seus processos do Capítulo 11.

Um pouco antes da FTX entrar em falência, em 11 de novembro de 2022, Ray foi nomeado o novo CEO, após o fundador Sam Bankman-Fried renunciar ao cargo de executivo-chefe.

Ray disse que nunca tinha visto “uma falha tão completa de controles e uma ausência tão completa de informações financeiras confiáveis”

A exchange de criptomoedas enfrentou uma súbita crise de liquidez que resultou em um déficit de US$ 8 bilhões.

Assim como a FTX, muitas das empresas comandadas por Ray já foram as queridinhas de seus setores, com ativos espalhados pelo mundo até enfrentarem problemas.

Ao contrário de muitos CEOs e membros do conselho de recuperação que lidam com vários compromissos ao mesmo tempo, Ray é conhecido por se concentrar em um negócio por vez, normalmente algo que demora anos para ser resolvido.

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