O banqueiro e fundador do Grupo Safra, Joseph Safra, construiu um império no mercado financeiro. 

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O "seu José", como era chamado pelos mais próximos, tinha uma fortuna avaliada em R$ 119 bilhões na época de sua morte, em 2020.

Este patrimônio o colocava como o homem mais rico do Brasil e o banqueiro com maior patrimônio do mundo.

Durante seus 82 anos Joseph viveu uma vida exemplar e reservada. Também foi um grande líder, muito respeitado dentro e fora do Banco Safra.

Nascido no Líbano, Joseph Safra imigrou para o Brasil na década de 60, para dar continuidade ao império financeiro que começou com o pai, Jacob Safra.

O banqueiro morreu em dezembro de 2020 de causas naturais em sua mansão de 130 cômodos, distribuídos em cinco andares e 11 mil metros quadrados no Morumbi, um dos bairros mais nobres de São Paulo. 

Conheça a trajetória do grande investidor de sucesso Joseph Safra.

Quem foi Joseph Safra

Joseph Safra (1938 - 2020) foi um banqueiro, empresário e filantropo libanês naturalizado brasileiro e dono do Banco Safra.

Vida e carreira

Joseph Yacoub Safra nasceu no Líbano em 1 de setembro de 1938, filho de Jacob e Esther Teira Safra.

Seu pai, Jacob Safra, de origem Síria, imigrou para o Líbano após a Primeira Guerra Mundial, onde se estabeleceu e iniciou seus negócios no setor bancário, fundando o Jacob Safra Maison de Banque. 

No começo dos anos 1950, após o fim da Segunda Guerra Mundial, marcada pela perseguição aos judeus, o empreendedor imigrou com a família para o Brasil e fundou no país o Banco Safra, em 1955.

Antes de se juntar à sua família no Brasil, Joseph Safra concluiu seus estudos na Inglaterra e depois seguiu para os Estados Unidos onde trabalhou no Bank of America.

Só em 1962, após uma passagem pela Argentina, ele se juntou a seu pai e irmãos para tocar a instituição financeira no Brasil.

Seu pai, Jacob, e os irmãos Joseph, Moise e Edmond dividiam o comando das operações do banco. 

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O irmão Edmond, mais velho dos nove filhos, cuidava dos negócios no exterior, e Moise e Joseph ajudavam Jacob no Brasil.

Após a morte de seu pai em 1963, os irmãos Safra continuaram tocando a instituição financeira.

Edmond fez carreira internacionalmente em Genebra, na Suíça, e depois em Nova York, onde se transformou na figura mais pública da família Safra. 

Nos EUA, Edmond fundou os bem-sucedidos Trade Development Bank e o Republic National Bank of New York, em 1966.

No Brasil, Joseph seguiu a tradição conservadora e extremamente discreta dos outros Safras. 

Ao longo da vida, Joseph concedeu raríssimas entrevistas e as informações disponíveis sobre o grupo Safra eram oriundas apenas dos comunicados oficiais e de poucos escândalos.

Seu irmão Edmond morreu em dezembro de 1999, após um incêndio criminoso causado por um dos enfermeiros que trabalhava para o banqueiro, diagnosticado com mal de Parkinson, em seu apartamento, em Mônaco, onde vivia com sua esposa Lilly.

A tragédia familiar marcou o começo de uma disputa entre os irmãos Joseph e Moise quanto à divisão da fortuna da família. 

Joseph comandava as operações do Banco Safra no Brasil e queria comprar a parte de seu irmão Moise, menos envolvido nos negócios. 

A recusa do negócio fez com que Joseph fundasse o banco J.Safra, uma instituição financeira que propunha uma atuação similar ao banco da família, com sede em frente ao icônico prédio do Banco Safra, em 2004.

A condução do negócio foi entregue ao seu filho Alberto, na época com 24 anos.

Em 2006, Moise aceitou vender sua parte por um valor não revelado. 

Quando Joseph Safra se preparava para passar o comando das operações da família para seus filhos, em 2008, a crise financeira da bolha imobiliária norte-americana estourou e o banqueiro decidiu adiar a decisão.

O processo de sucessão foi retomado em 2013. Os filhos Jacob, David e Alberto assumiram o Banco Safra e Joseph passou a se dedicar ao recém adquirido banco suíço Sarasin. Para isso, fundou a holding Bank J. Safra Sarasin Ltd. 

Joseph também era conhecido por suas iniciativas filantrópicas. O bilionário realizou diversas contribuições e esforços voltados para as áreas de assistência social, educação e saúde no Brasil e no exterior.

Ele foi um dos maiores doadores dos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês.

Em 1969, casou-se com Vicky Sarfaty, com quem teve 4 filhos (Jacob, Esther, Alberto e David) e 14 netos.

Corintiano, seu hobby era ir ao estádio assistir aos jogos do time.

As idas ao estádio diminuíram a partir de 2019, quando ele já estava debilitado por causa do Mal de Parkinson. 

Joseph passou os últimos anos em sua mansão no Morumbi com a família e morreu no dia 10 de dezembro de 2020 por causas naturais.

Desacordos e brigas familiares por herança são um tema comum na família Safra.

Após a morte de Joseph, seu filho Alberto Safra entrou com um processo contra a mãe, Vicky Safra, e os irmãos Jacob e David, em uma nova disputa pela herança do pai.

Alberto Safra acusa os irmãos de supostamente terem diluído sua participação na SNBNY (holding que controla o banco americano Safra National Bank de 28% para 13,4%.

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Onde Joseph Safra investia

Além de seus investimentos no setor bancário, Joseph Safra diversificou seus negócios ao longo dos anos em diversos campos.

O destaque vai para o mercado de Private Equity em empresas como a Aracruz Celulose SA, da qual foi sócio entre 1988 e 2009, quando vendeu os ativos ao Grupo Votorantim. 

Também esteve à frente das empresas de telefonia móvel internacionais BCP e Cellcom.

Em 2014, adquiriu a Chiquita, uma das maiores produtoras de banana do mundo, junto com a José Luís Cutrale, líder na produção de laranja no Brasil.

Ainda em 2014, Joseph começou a atuar em investimentos imobiliários.

Por meio do Grupo Safra, adquiriu o icônico edifício de escritórios conhecido popularmente como The Gherkin, em Londres.

Além disso, comprou um prédio de escritórios na famosa Madison Avenue, em Nova York, nos Estados Unidos, e outras propriedades comerciais no Brasil.

Desde 2012, quando a Forbes passou a fazer uma lista exclusiva com os bilionários brasileiros, Joseph Safra viu seu patrimônio aumentar ano após ano.

Em 2020, o ranking da Forbes o colocou como o homem mais rico do Brasil com uma diferença considerável para o segundo colocado, Jorge Paulo Lemann.

Na época de sua morte, a fortuna de Joseph Safra estava avaliada em US$ 23,2 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 118,5 bilhões, e ocupava a 64ª posição entre os mais ricos do mundo.

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