O que é Regra de Taylor?

A regra de Taylor é uma regra que especifica uma função de reação para ajudar o Banco Central na determinação da taxa de juros de curto prazo. 

Carteira Recomendada? Faça um Diagnóstico Online e Receba uma Carteira Gratuita.

Ela serve como um guia operacional que o Banco Central pode seguir no processo decisório de política monetária. 

Essa regra foi enunciada pelo economista norte-americado John Brian Taylor

Em 1993, Taylor desenvolveu um princípio simples que explicava o comportamento das taxas de juros do Banco Central dos EUA, as quais não eram explicitamente anunciadas.

Desde então, a regra de Taylor ficou sendo uma das regras de política macroeconômica mais famosas.

Ficou na Dúvida Sobre Investimentos? Baixe Grátis o Dicionário do Investidor.

Como funciona a Regra de Taylor?

A regra de Taylor estabelece que a taxa básica de juros (que no Brasil é a Selic) é definida pelo Banco Central com base nos seguintes fatores:

  1. Desvios da inflação presente (ou esperada) em relação à meta inflacionária (estabelecida pela autoridade econômica);
  2. Hiato do produto (ou seja, o desvio do produto efetivo de um país com relação ao produto potencial); 
  3. Estimativa da taxa de juros real de equilíbrio

A regra de Taylor é formulada da seguinte maneira:

Abaixo temos o significado de cada termos da fórmula:

  • it = taxa de juros nominal de curto prazo
  • π = taxa de inflação
  • π* = meta para taxa de inflação
  • (yt – y*) = desvio do PIB (yt) com relação ao seu potencial (y*)
  • (π – π*) = desvio da taxa de inflação (π) com relação à meta inflacionária (π*)
  • rf = estimativa da taxa real de juros de equilíbrio da economia
  • g, h > 0; esses parâmetros medem a sensibilidade da taxa de juros, respectivamente, ao desvio do PIB com relação ao seu potencial e ao desvio da inflação com relação à meta.

Prática de política monetária conforme a regra de Taylor

Tendo em mente a fórmula da regra de Taylos, vamos discutir como ela guia o Banco Central na sua política monetária.

Primeiramente temos que a meta inflacionária pode ser:

  • Explícita (no caso de um país que adote um regime de metas de inflação);
  • Implícita (isto é, o Banco Central trabalha com uma meta inflacionária não anunciada). 

Segundo a regra de Taylor, o Banco Central irá elevar a taxa de juros quando:

  • A inflação aumenta em relação à meta de inflação almejada pela autoridade econômica;
  • O produto real efetivo da economia supera o nível compatível com a taxa potencial.

Por outro lado, a regra de Taylor especifica que o Banco Central deverá diminuir a taxa de juros quando:

  • A inflação diminui abaixo da meta de inflação almejada pela autoridade econômica;
  • O produto real efetivo da economia estiver abaixo do nível compatível com a taxa potencial.

Assim, se houver a necessidade de se elevar a taxa de juros, o Banco Central deverá, por intermédio da mesa de mercado aberto, realizar compras ou vendas de títulos públicos.

As compras visam diminuir os juros e expandir a base monetária, enquanto que as vendas causam aumento de juros e contração na quantidade de dinheiro disponível na economia. 

A decisão da política monetária sobre os juros é feita com base na decisão do Comitê de Política Monetária (FOMC nos EUA e COPOM no Brasil).

Cuidados com a regra de Taylor

Segundo o próprio John Taylor, a regra de Taylor não deve ser utilizada de forma mecânica.

É necessário que o Banco Central observe o comportamento de outras variáveis econômicas relevantes na determinação da taxa de juros. 

Em particular, em momentos de choques temporários de grande magnitude a taxa de juros não deve sofrer movimentos abruptos.

Por exemplo, uma quebra na safra agrícola pode elevar a inflação acima da meta e reduzir o PIB abaixo do seu potencial.

Neste caso, a taxa de juros deve ser calibrada de forma gradual de modo que a inflação corrente convirja mais lentamente para a meta e o PIB também convirja gradualmente para o seu potencial. 

Tal procedimento leva em conta os custos do processo de ajuste em termos de produto e emprego

Ou seja, o Banco Central deve considerar a volatilidade do nível de atividade em sua tomada de decisão, sem desconsiderar o objetivo de atingir as metas de inflação. 

Deve-se acrescentar, ainda, que outros instrumentos de política econômica podem ser utilizados para atingir o objetivo de estabilidade de preços.

Isso evita sobrecarregar a taxa de juros em sua tarefa de combater a inflação, já que os custos do processo de ajuste podem ser demasiado elevados.