Um dos nomes mais famosos do mercado de criptomoedas viu sua vida virar de cabeça para baixo em uma semana. Sam Bankman-Fried viveu a ascensão e a queda.

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O fundador e CEO da exchange de criptomoedas FTX era visto como um dos nomes mais importantes do setor e chegou a ser o homem mais rico das criptomoedas em questão de quatro anos. 

Tudo ia bem na vida do jovem de apenas 30 anos, até que, nesta semana, sua situação mudou radicalmente.

A crise que envolve a FTX está piorando rapidamente. Em meio a uma grande preocupação no mercado, Bankman-Fried perdeu 94% do seu patrimônio da noite para o dia.

O garoto prodígio das criptomoedas que resgatou uma série de empresas de cripto em dificuldades no início deste ano, agora é quem está pedindo socorro.

Ele alerta sobre a possibilidade de falência se sua empresa não conseguir obter recursos para cobrir um rombo de até US$ 8 bilhões.

Veja como a Sam Bankman-Fried passou de uma ascensão do mercado de criptomoeda para uma queda iminente.

Escalada de Sam Bankman-Fried até o topo

Sam Bankman-Fried, também conhecido por suas iniciais SBF, nasceu em 6 de março de 1992 em uma em uma família judia de classe média alta na Califórnia, nos Estados Unidos.

Durante a faculdade de física e matemática no Massachusetts Institute of Technology, Bankman-Fried começou a aprimorar sua bússola moral. 

Ele se interessou especialmente pelo altruísmo eficaz, um movimento filosófico que usa cálculos para entender como as pessoas podem usar seu tempo, dinheiro e recursos para melhor ajudar os outros.

Em 2013 foi trabalhar para a empresa de investimentos de comércio global, Jane Street, onde aprendeu sobre arbitragem, uma forma de negociação na qual os operadores compram um ativo por um preço baixo em um mercado e o vendem por um preço mais alto em outro mercado.

Durante seus três anos na Jane Street, Bankman-Fried doou metade de seu salário para grupos de bem-estar animal e instituições beneficentes de altruísmo.

Em 2017, a criptomoeda estava crescendo e as pessoas negociavam em exchanges privadas. 

Bankman-Fried notou que algumas moedas estavam sendo vendidas por preços mais altos em algumas exchanges do que em outras. 

Foi então que percebeu que poderia usar suas habilidades de arbitragem para explorar as lacunas nos preços.

Em outubro de 2017, Bankman-Fried havia criado sua própria empresa de negociação de criptomoedas, Alameda Research, em Berkeley, Califórnia. 

No auge, a Alameda movimentava quase US$ 15 milhões por dia entre os mercados.

Seu sucesso nas negociações culminaram na criação da sua exchange, a FTX, em maio de 2019. 

A plataforma ostentava recursos econômicos, como taxas de negociação baixas e oferecia vários tipos de moedas para os traders apostarem. A FTX até permitiu que os comerciantes trocassem dinheiro como garantia por moedas.

Em 2020, Bankman-Fried também abriu uma filial da FTX nos EUA. Ele tinha planos de eventualmente tomar uma grande fatia do mercado de criptomoedas dos EUA e começou a pressionar o Congresso por novas regras de criptomoeda algumas vezes por ano. 

Grandes investidores como o SoftBank Vision Fund, Tiger Global, Sequoia Capital e BlackRock fizeram apostas no FTX em rodadas de financiamento. 

No início de 2022, a FTX e suas operações nos EUA foram avaliadas pelos investidores em US$ 40 bilhões, segundo a Forbes.

Em seu auge, o patrimônio líquido de Bankman-Fried era de US$ 26 bilhões, segundo a Bloomberg.

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Grande doador

Seguindo sua visão filantrópica, Sam Bankman-Fried alocou parte de sua riqueza para patrocínios, financiando líderes políticos e promovendo sua agenda moral.

Em 2020, ele emergiu como um grande doador político e gastou mais de US$ 10 milhões apoiando a campanha presidencial de Joe Biden.

Mas ele fez doações em ambos os lados do corredor político, embora a maioria de seu financiamento tenha sido direcionado para líderes democratas. 

Ele fez da prevenção do COVID-19 uma questão importante como o principal financiador da Guarding Against Pandemics, uma organização sem fins lucrativos administrada por seu irmão Gabe.

Bankman-Fried disse que suas doações são para promover sua crença maior no altruísmo eficaz. 

Ele chegou a dizer que planejava doar 99% de sua fortuna, se mantendo com US$ 100.000 por ano.

Chegada ao topo 

A FTX, sediada nas Bahamas, era a segunda maior exchange do mundo antes do início da crise.

A corretora de criptomoedas atingiu uma série de marcos importantes no último ano.

Em fevereiro de 2022, chegou pela primeira vez à marca de mais de um milhão de usuários. 

Em 2021, teve um crescimento no seu lucro, chegando a US$ 1,02 bilhão.

Sam Bankman-Fried também se tornou conhecido por levar os criptoativos para outros ambientes, em especial no mundo dos esportes.

Em 2021, a FTX adquiriu os direitos do nome do estádio do time de basquete Miami Heat por cerca de US$ 135 milhões. Com isso, o local passou a se chamar FTX Arena. 

Depois, firmou um acordo de US$ 210 milhões com a TSM, uma organização que atua no mundo de e-sports. 

Por meio da FTX, Bankman-Fried também fechou acordos com grandes times de basquete e baseball, incluindo o logo da empresa em uniformes e equipamentos.

A FTX também fechou acordos com atletas individuais como o jogador de basquete Steph Curry e o astro do futebol americano, Tom Brady.

Ele também gastou cerca de US$ 30 milhões veiculando um anúncio no Super Bowl de 2022.

Além disso, a FTX se tornou uma das patrocinadoras da equipe da Mercedes na Fórmula 1.

Queda de Sam Bankman-Fried 

A ascensão de Sam Bankman-Fried parecia imparável, mas tudo mudou no início de novembro, quando a CoinDesk relatou um balanço patrimonial vazado que mostrava que a Alameda Research estava em bases instáveis.

O relatório revelou que a maioria dos ativos da Alameda estava vinculada ao token interno da FTX, FTT. 

Com o mercado de criptomoedas mais amplo já cambaleando, os traders começaram a se preocupar com uma queda repentina no valor do FTT.

Changpeng Zhao, que administra a Binance, a exchange rival da FTX, anunciou logo depois que a Binance venderia suas participações na FTT. 

Com isso, os traders começaram a correr para retirar suas próprias participações da plataforma da FTX. 

Bankman-Fried não teve escolha a não ser pedir à Binance para resgatar a FTX.

Na quarta-feira, um dia após dizer que iria fechar o negócio, a Binance se afastou do acordo após analisar os relatórios da empresa alegando que isso estava além da capacidade da empresa ajudar.

Os próprios ativos de Bankman-Fried caíram 94% e seu patrimônio líquido despencou para cerca de US$ 1 bilhão, segundo a Bloomberg. 

O futuro de Sam Bankman-Fried

Será esse o fim para o bilionário dono da FTX, Sam Bankman-Fried?

Apesar de perder a maior parte de sua fortuna, a crise da FTX ainda não acabou.

Bankman-Fried segue sendo o CEO da FTX.US, a afiliada da FTX nos Estados Unidos, enquanto tenta alguma solução.

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