O mercado foi surpreendido com a decisão de que a Petrobras não pagará proventos extraordinários.

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A notícia caiu como uma bomba entre investidores resultando em uma queda acentuada, aproximando-se dos 10%, nas ações da estatal. A PETR3 teve seu pior pregão desde 2021, enquanto a PETR4 teve a pior queda desde 2022, na última sexta-feira (8).

Para se ter uma ideia do impacto, essa queda correspondeu a uma desvalorização de aproximadamente R$ 52 bilhões no valor de mercado da empresa.

O que desencadeou essa queda tão pronunciada em uma das maiores petrolíferas do mundo? 

Com a incerteza em relação à companhia, vamos ver os principais para explicar o que está acontecendo e se vale a pena ter a ação da Petrobras.

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Sem dividendos extraordinários

Um ponto que desagradou muito o mercado foi o anúncio que os acionistas receberão menos dividendos do que o esperado em 2024. 

A Petrobras informou que pretende distribuir o mínimo estabelecido pela Política de Remuneração aos Acionistas, de 45% do fluxo de caixa livre, o equivalente a R$ 14,2 bilhões, sem pagamentos extraordinários. 

O conselho optou por direcionar os outros R$ 43,9 bilhões para a criação de uma reserva de Remuneração de Capital. 

Assim como a empresa de Warren Buffett, que não distribui dividendos, não há problema de reter os proventos, desde que a alocação de capital seja estratégica, promovendo o crescimento do negócio. 

Dessa forma, o retorno do dinheiro ao acionista está diretamente relacionado ao crescimento e ao desempenho da empresa no mercado. 

Contudo, há uma preocupação evidente neste caso.

E é aqui que surge a preocupação: será que essa movimentação de capital será estratégica para a empresa, ou existem interesses ocultos por trás?

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De quem foi a decisão do não pagamento de dividendos extraordinários?

É importante reconhecer que empresas estatais geralmente carregam um risco maior, pois o governo pode intervir em certas decisões do negócio. 

Não é à toa que essas empresas normalmente são negociadas com múltiplos interessantes, refletindo esse risco adicional. 

A decisão do conselho de administração da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários não teria partido da empresa, mas sim do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. 

Segundo apurado, Lula participou de duas reuniões no Palácio do Planalto com a presença de ministros, diretores e conselheiros da companhia. 

Nos encontros, que não constaram na agenda oficial, o presidente defendeu que a empresa usasse para investimentos o dinheiro que seria destinado à remuneração extra aos acionistas, informou o portal Terra.

Nesta segunda-feira (11),o presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse que a decisão não partiu de ordem do presidente Lula. 

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No mesmo dia, Lula disse que a Petrobras não pode pensar apenas nos acionistas. Em sua opinião, se for atender “apenas a choradeira do mercado”, não é possível fazer mais nada.

“O mercado é um dinossauro voraz. Ele quer tudo para ele e nada para o povo. Será que o mercado não tem pena das 735 milhões de pessoas que não tem o que comer?”, indagou Lula no telejornal “SBT Brasil’.

Para Adriano Pires, sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o presidente Lula cometeu um erro ao pensar que a Petrobras é uma empresa puramente estatal.

“O primeiro ponto que causou todo esse transtorno foi o fato de o presidente ter pensado que a companhia é estatal e que deve santificação apenas ao governo. Isso não é verdade: a Petrobras é uma empresa de capital misto, ela pertence ao investidor privado também”, disse Pires ao site e-investidor do Estadão.

O principal risco político que envolve a companhia, na visão dos analistas, é a política de preços da Petrobras.

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Vale a pena investir na Petrobras? 

Em meio a toda essa crise e potenciais riscos estatais, os analistas se dividem entre ter ou não ter as ações da companhia. 

O Bradesco BBI, por exemplo, rebaixou a recomendação da Petrobras para neutra após a divulgação do balanço trimestral, afirmando em relatório enviado a clientes que “esta decisão traz incerteza à política, que costumava ser muito clara”.

Outros 3 bancos que preferiram manter o call de compra dos papéis, acreditando que prevalece o entendimento que a estatal ainda tem vantagens competitivas e resultados operacionais robustos. 

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O Goldman Sachs também manteve a recomendação de compra mas destacou que o risco de investir na estatal aumentou.

"Reconhecemos o risco crescente de intervenção governamental, pois, segundo a imprensa, a decisão de não pagar dividendos extraordinários partiu do presidente do Brasil. Acreditamos que pode haver algumas preocupações no mercado sobre o potencial de negociações menos favoráveis ​​aos acionistas em decisões no futuro", dizem Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, segundo divulgado pelo e-investidor.

Oportunidade para petroleiras menores?

Com a “crise” repercutindo e sem um consenso entre os analistas em relação às recomendações das ações da Petrobras, o fluxo de investidores migrou para as junior oils, nome dado às petroleiras de menor porte da B3.

Dados levantados pela Economatica e divulgados primeiramente pelo e-investidor mostram que as ações da Prio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e Petroreconcavo (RECV3) tiveram um volume diário de negociação anormal na última sexta-feira (8). 

Esse movimento também vem acontecendo entre os analistas, mesmo aqueles que ainda mantém a recomendação de compra do papel da estatal.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (11), os analistas do BTG Pactual reiteraram o call de compra para as ADRs da estatal, mas reforçaram: a top pick no setor, agora, é a Prio.

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Na GuiaInvest Wealth, a Petrobras não está na carteira de investimentos, e por enquanto, os especialistas não veem motivos para reavaliá-la. 

"Em termos de qualidade de investimento, temos outra empresa do setor que acreditamos possuir maior capacidade de crescimento em um ambiente com menos probabilidade de intervenção", disse a consultoria em e-mail aos clientes.

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