Os consultores de investimentos poderiam eventualmente ser substituídos por inteligência artificial (IA) como o ChatGPT?
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O laboratório de inteligência artificial OpenAI lançou o ChatGPT em novembro de 2022. Nos meses seguintes, surgiram discussões sobre como a IA avançada poderia remodelar a sociedade, incluindo o setor de serviços financeiros.
Algumas pessoas veem IAs como o ChatGPT como ferramentas que podem aumentar a produtividade, enquanto outras as veem como concorrentes em potencial no mercado de trabalho.
Qual será o futuro da IA em serviços financeiros? Será que o ChatGPT pode substituir um consultor financeiro?
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Inteligência artificial nos investimentos
O uso da inteligência artificial (IA) se tornou mais comum em muitos setores e o financeiro não é exceção.
Sua premissa é que essa tecnologia pode replicar o comportamento humano e usar esse conhecimento para resolver problemas cada vez mais complexos.
De plataformas de investimento online a chatbots que fornecem consultoria financeira, a IA está mudando a forma como os serviços financeiros são entregues e acessados.
Em todo o setor, a tecnologia de IA está sendo usada para:
- Melhorar o gerenciamento de dados;
- Reduzir erros humanos;
- Minimizar falsos positivos;
- Prevenir fraudes e lavagem de dinheiro.
Há anos o mercado inclui algoritmos de negociação em seus produtos.
Desde 2017, vários ETFs de inteligência artificial começaram a surgir. Eles seguem regras definidas para analisar os ativos e encontrar os melhores desempenhos.
Um exemplo é o AI Powered Equity ETF (AIEQ), lançado pelo ETF Managers Group em parceria com a fintech Equbot.
O fundo depende do supercomputador Watson da IBM para equilibrar seu portfólio e retornou cerca de 10% em 2023, em comparação com 4,7% do S&P 500 Total Return Index, de acordo com a Bloomberg.
O prospecto do fundo afirma: "AIEQ usa inteligência artificial para analisar e identificar ações dos EUA que se acredita terem a maior probabilidade de valorização do capital nos próximos 12 meses, enquanto exibem volatilidade semelhante ao mercado geral dos EUA."
"O modelo sugere pesos com base em potencial de valorização do capital e correlação com outras empresas incluídas, sujeito a um limite de 10% por participação. Vale a pena notar que, embora a AIEQ dependa fortemente de seu modelo quantitativo, o fundo é gerido ativamente e não segue nenhum índice."
O grande número de ações que eles são capazes de analisar dá a eles uma vantagem sobre os outros fundos gerenciados tradicionalmente.
Mesmo assim, é muito cedo para dizer se os fundos movidos a IA, como o AIEQ, vencerão o mercado mais amplo no longo prazo.
Atualmente a IA é mais prevalente nas mesas de negociação profissionais que usam a tecnologia para modelar a economia e o mercado e prever o que acontecerá no curto prazo.
As mesas de negociação de alta frequência (HFT) também usam IA para criar novas e inovadoras estratégias de negociação que operam na escala de milissegundos.
Quando os comerciantes usam IA em seus algoritmos HFT, os sistemas de negociação se adaptam por conta própria às mudanças nas condições do mercado que ocorrem abaixo do nível da percepção humana.
Portanto, a tecnologia de IA "já está aqui". Resta saber se ela será capaz de substituir os gestores, consultores e demais profissionais do mercado. Provavelmente não, pelo menos ainda não.
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O ChatGPT oferece bons conselhos financeiros?
Com a popularização da ferramenta de conversação ChatGPT da OpenAI, alguns até já tentaram usá-la para obter conselhos financeiros.
No momento, o ChatGPT é limitado pela falta de dados e algumas regras estabelecidas por seus criadores.
Quando se trata de questões sobre finanças, suas respostas são muito vagas e modestas quanto à sua capacidade de consultoria financeira.
O ChatGPT não consegue recomendar investimentos específicos nem fornecer informações e insights personalizados como faria um consultor de investimentos.
Consultores financeiros experientes coletam, na conversa inicial, as informações sobre as necessidades, valores, metas e realidade dos clientes.
Depois continuam realizando o acompanhamento junto ao cliente para eventuais mudanças nos seus objetivos.
Essa é uma linha de conexão e confiança que só os humanos podem oferecer.
Isso não quer dizer que os profissionais e todo o setor financeiro não possa se beneficiar dos avanços da inteligência artificial. Muito pelo contrário.
IA e consultores de investimentos
A maior parte da IA usada agora está entre os gestores profissionais de fundos de investimentos, mas analistas do setor preveem que em breve ela chegará ao espaço de consultoria financeira de varejo.
Com isso, cresce o questionamento se a IA substituirá o consultor de investimento humano, quando na verdade, o que deveria estar no centro das atenções é como esses profissionais podem explorar o ChatGPT e tecnologias semelhantes.
Um recente estudo revelou que 98% dos consultores entrevistados acreditam que a IA está transformando a forma como os conselhos são criados, entregues e consumidos pelos clientes.
"A IA pode atingir um nível de consultoria sofisticada e planejamento que, em última análise, deixará os consultores financeiros competindo com um algoritmo pelos clientes”, afirmou o estudo da Accenture.
A IA pode melhorar significativamente a relação consultor-cliente por meio da combinação de informações mais ricas, serviço significativo e eficiência superior.
Em condições de mercado cada vez mais desafiadoras, a IA tem o potencial de ajudar os consultores a sustentar e impulsionar um novo crescimento, criar eficiências operacionais e transformar a experiência do cliente por meio de insights e produtos ainda mais personalizados.
Além disso, pode automatizar tarefas administrativas, como a entrada de dados e aumentar a produtividade do consultor.
Pode oferecer mensagens de alerta ou oportunidades de investimento para os consultores analisarem ou destacarem o desempenho de um portfólio em um determinado dia.
O consultor de investimentos humano é insubstituível
Embora muitos programas de planejamento financeiro de hoje já ofereçam recursos tecnológicos, o consultor de investimentos humano é insubstituível pelo seu valor agregado.
O crescimento da IA servirá apenas para expandir o poder analítico e preditivo do software, que irão liberar os consultores de ter que realizar grande parte do monitoramento rotineiro e tarefas administrativas que atualmente ocupam uma parte significativa de seu tempo.
Assim, ele pode se focar ainda mais na parte humanizada.
Veja por exemplo o surgimento dos robôs de investimento (robo advisor).
Quando surgiram, muitos até previram que os serviços robóticos reduziriam drasticamente ou eliminariam a necessidade de consultores tradicionais.
Claramente, o desaparecimento do consultor humano foi muito exagerado.
Embora o robô de investimento tenha perturbado a indústria do aconselhamento, ele não substituiu os humanos. Na verdade, a tecnologia tem geralmente servido para melhorar a prestação de serviço.
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Veja, por exemplo, a oferta da Vanguard que combina a tecnologia robótica e consultoria humana e tem sido amplamente bem-sucedida.
E a Betterment, pioneira em investimentos robóticos, agora oferece opções nas quais os clientes podem interagir com um consultor humano.
Os robôs advisors não usam muita IA em sua implementação até agora.
Na verdade, a maioria deles simplesmente automatiza estratégias de portfólio, examinam e reequilibram continuamente as carteiras dos clientes, mas a estratégia de investimento não é informada por nenhum tipo de aprendizado de máquina.
Ainda assim, essas empresas estão procurando maneiras de usar IA para aprimorar esse serviço.
Por isso, embora a IA e as tecnologias relacionadas não tenham substituído os consultores humanos, e seja improvável que o façam, ela aprimorará os recursos analíticos do consultor e automatizará várias tarefas comuns de back-office, reduzindo os custos em geral.
A adoção da Inteligência Artificial liberará o tempo do consultor para aumentar as atividades voltadas para o cliente e isto sempre será uma boa coisa.
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