O número de Investidores Brasileiros cresceu em 2022, mas o principal destino das economias continua sendo a poupança.

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O percentual de brasileiros que investem passou de 31% em 2021, para 36% em 2022, segundo a 6ª edição do Raio X do Investidor, um levantamento da ANBIMA em parceria com o Datafolha.

Esse novo patamar corresponde a um acréscimo de 8 milhões de brasileiros,  totalizando aproximadamente 60 milhões de investidores no país. Para 2023, a perspectiva é que essa trajetória de alta continue. 

“A crise pela qual passamos nos últimos anos deve despertar em parte importante da população o desejo de poupar e investir", afirma Marcelo Billi, superintendente de Educação da ANBIMA.

Segundo ele, os momentos difíceis pós-covid mostraram da pior forma como a falta de reservas e planejamento financeiro deixam as pessoas e as famílias vulneráveis em períodos de imprevistos e instabilidade econômica. 

"É o momento de fortalecermos nossos esforços de educação financeira, uma ferramenta essencial para contribuir para a qualidade de vida e saúde mental das pessoas”, completa.

Embora mais brasileiros estejam investindo ou pensando em investir, a caderneta de poupança continua sendo o produto financeiro mais utilizado.

Por outro lado, a pesquisa também apontou para um movimento de maior diversificação da carteira.

O Raio X do Investidor é uma pesquisa da Anbima em parceria com o Datafolha, e traz um panorama da população brasileiro, com recortes por classe social, geração, gênero, orientação sexual, etnia e escolaridade.

Confira alguns dos destaques do estudo deste ano que ouviu 5.818 pessoas com 16 anos ou mais de todas as classes sociais nas cinco regiões do país. A margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos.

Mais brasileiros economizaram 

A  6ª edição do Raio X do Investidor mostrou que 32% dos brasileiros conseguiram economizar em 2022. Isso corresponde a um aumento de 5 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Todas as classes sociais pouparam mais, com um crescimento maior nos segmentos A/B e C. 

A economia aumentou de 45% para 52% nas classes A/B, de 25% para 31% na classe C e de 12% para 16% nas classes D/E.

Entre os que conseguiram economizar em 2022, a principal atitude foi diminuir os gastos ou deixar de sair (44%).

Os brasileiros também cortaram supérfluos ou compras desnecessárias e fizeram um planejamento maior das despesas domésticas.

Principais atitudes tomadas para economizar. Fonte: Anbima
Principais atitudes tomadas para economizar. Fonte: Anbima

Com o dinheiro economizado,  o principal destino foi a aplicação em produtos financeiros, alcançando 38% das respostas.

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Mais brasileiros estão investindo

O percentual de brasileiros que investem em produtos financeiros passou de 31%, em 2021, para 36% em 2022. Isso equivale a cerca de 60 milhões de brasileiros.

O aumento de investidores foi observado em todas as classes sociais e faixas etárias. 

Entre as vantagens de investir apontadas, a segurança foi a mais citada, seguida por retorno financeiro.

O objetivo dos investimentos

Sobre o motivo que leva os brasileiros a investirem, realizar o sonho da casa própria ainda continua na liderança, com 30% das menções, seguido de construir uma reserva de emergência (21%). 

O desejo de comprar um veículo e fazer uma viagem ou outras atividades de lazer empatam com 11% cada, à frente de usar na aposentadoria e investir em um negócio próprio, ambos com 10%.

Veja o destino das aplicações conforme a geração:

Objetivo do investimento por geração
Objetivo do investimento por geração. Fonte: Anbima

Maior diversificação da carteira

Embora com uma leve queda, a caderneta de poupança continua sendo o produto financeiro mais utilizado pelos brasileiros, com 26% de preferência.

Mas a pesquisa também revelou um movimento importante de diversificação da carteira de investimentos dos brasileiros.

Na comparação com 2021, mais pessoas declararam investir seu dinheiro em outros tipos de aplicações, como fundos, títulos privados, moedas digitais e previdência privada

O percentual da população que não conhece ou não utiliza nenhum tipo de investimento teve uma queda significativa, recuando de 66% para 58% nessa mesma base de comparação.

Investimentos preferidos dos brasileiros
Investimentos preferidos dos brasileiros. Fonte: Anbima

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Fontes de informação para ajudar na tomada de decisão

A maior parte dos investidores ainda busca ajuda para decidir em qual produto financeiro investir com o gerente do banco ou assessor de investimentos (23%), ficando exposto ao conflito de interesses.

Em seguida, vem o conselho de amigos e parentes (19%) e dos sites de notícias (13%), correndo o risco de seguir a manada.

As consultorias de investimentos e casas de análises aparecem em último, com a preferência de 3% dos investidores.

Embora seja um serviço relativamente novo no Brasil, os consultores de investimentos estão ganhando espaço por fornecerem um serviço alinhado com os interesses dos clientes.

Lembre-se: é preciso contratar um profissional de confiança para te ajudar nas decisões financeiras.

Onde os brasileiros obtém ajuda com os investimentos

  • Gerente de banco e assessor de investimento presencialmente: 23,3%
  • Amigos e parentes: 18,9%
  • Site de notícias: 13,2%
  • Aplicativos ou sites de banco ou corretoras: 11%
  • Influenciadores financeiros: 5,6%
  • Gerente de banco e assessor de investimento a distância: 4%
  • Portais, fóruns de investimentos e blogs: 3,7%
  • Consultorias e/ou casas de investimento: 3,1%

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Entre os canais que usam para buscar informações sobre investimento, o YouTube manteve na primeira posição com 37% da preferência entre os que aplicam seus recursos. 

O Instagram, no entanto, foi o que mais cresceu (4 pontos percentuais) e conservou o terceiro lugar, passando de 25% em 2021 para 29% em 2022. 

WhatsApp e Facebook perderam influência, com quedas de 3 e 4 pontos percentuais, respectivamente. 

Já os podcasts tiveram um crescimento de 2 pontos percentuais, passando de 10% em 2021 para 12% em 2022.

Principais canais para informações sobre investimentos
Principais canais para informações sobre investimentos. Fonte: Anbima

Cresce o número de mulheres investidoras 

A proporção de investidores brasileiros ainda é maior entre os homens (40%), mas o percentual entre as mulheres cresceu. 

A 6ª edição do Raio X do Investidor revelou que 33% delas declararam ter algum investimento em 2022, um aumento de 5 pontos percentuais do apurado no ano anterior.

Quando o assunto é o tipo de investimento, homens e mulheres se mostram conservadores, mencionando a caderneta de poupança em primeiro lugar, com o mesmo percentual de 26%. 

Já em outros tipos de investimento, as mulheres se mostraram um pouco mais resistentes do que os homens.

Principais investimentos utilizados por homens e mulheres
Principais investimentos utilizados por homens e mulheres. Fonte: Anbima

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No quesito buscar ajuda financeira, as mulheres buscam mais o gerente ou assessor/especialista de investimento presencialmente e amigos/parentes do que os homens, com percentuais de 28% e 20%, respectivamente.

Como homens e mulheres obtém ajuda para investir
Como homens e mulheres obtém ajuda para investir. Fonte: Anbima.

O Raio-X do investidor também descobriu que o grupo LGBTQIA+ estão diversificando mais seus investimentos. 

Embora a poupança seja a preferência (23%) mais uma vez, fundos de investimento aparecem em segundo (6%), com percentual maior do que o dos heterossexuais (4%). 

Para os investidores LGBTQIA+, a principal vantagem em investir em produtos financeiros passou a ser o retorno, com a segurança em segundo lugar. 

A 6ª edição do Raio X do Investidor ainda mostra que houve um aumento no percentual de pessoas que se declaram pretas e pardas que investem em produtos financeiros, passando de 29%, em 2021, para 34% em 2022. 

A caderneta de poupança, como no restante da população, é o produto financeiro mais utilizado entre os declarados pretos/pardos (25%).

Mas eles também buscam títulos privados, que ficou empatado em segundo lugar com compra e venda de imóveis, ambos com índices de 4% cada. 

Reserva financeira para aposentadoria ainda é para poucos

No quesito aposentadoria, os brasileiro ainda não se mostram preparados para deixar de trabalhar sem que tenha uma perda na renda.

A maioria dos “não aposentados” entrevistados ainda não começou a separar uma reserva de recursos para a aposentadoria. 

Quanto aos recursos para a aposentadoria, metade dos “não aposentados” declararam que vão depender, na maior parte, da previdência pública (INSS) na aposentadoria. 

Apesar dessa prevalência, houve queda em relação ao ano anterior, de 50% para 44%. 

Já 19% acreditam que a maior parte de seus recursos virá do próprio salário, pois pretendem continuar trabalhando, 9%, de aplicações financeiras, 4%, de previdência privada e 16% não sabem.

entre os aposentados entrevistados, 86% declararam que dependem, em maior parte, do INSS para seu sustento. 

Apesar da prevalência, a pesquisa registrou queda de 2 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior. Apenas 2% citaram a previdência privada.

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Fonte: Anbima